terça-feira, 21 de junho de 2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

O lúdico no Universo Infantil

A importância do lúdico no universo infantil destaca a imagem da criança que sempre considera o mundo como sendo de encantamento e mistério e magia. Isso mobilizou os pesquisadores com relação ao universo infantil onde assim nasceram teorias valiosas sobre o desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança. A partir destas pesquisas, não pode-se negar as contribuições de Piaget ou Vygotsky no campo da psicologia cognitiva e à psicanálise devemos inúmeras contribuições nos estudos sobre as relações entre a imaginação e a formação da identidade da criança.
Assim, destaca-se que as brincadeiras lúdicas e histórias desempenham papel fundamental no desenvolvimento afetivo e cognitivo das crianças, os estudos sobre o jogo infantil possibilitam identificar a construção da função simbólica que se faz através da representação e permite destacar o pensamento da ação.
A brincadeira fornece para a criança uma transição de representação a qual apresenta função simbólica com relação a utilização dos objetos como signos e a possibilidade de executar ações representativas. Na brincadeira, o que é regra acaba se tornando um desejo que no futuro, segundo Vygotsky, constituirá o nível básico da ação e da moralidade.
Segundo Vygotsky, na brincadeira os objetos perdem sua força determinadora sobre o comportamento que a criança apresenta, pois a sua ação em situação imaginária, ensina a criança a dirigir seu comportamento não pela situação, mas pelo significado que estas apresentam.
O desenvolvimento que a criança apresenta com relação a imaginação está associado com aquisição da linguagem que possibilita à criança imaginar um objeto que ela nunca viram, assim, a criança aprende a separar a ação real de outra ação, desenvolvendo a vontade, a capacidade de fazer escolhas conscientes e operar com situações que levam ao pensamento abstrato.
O contato com o lúdico, com os jogos, com o faz-de-conta se apresenta como sendo uma diversão e entretenimento, que revela sua importância no desenvolvimento do pensar da criança. Assim como também os contos de fadas, que falam de seus super heróis, outra forma que também é bastante explorada na literatura infantil são os chamados contos acumulativos que caracterizam-se como pequenas histórias encadeadas, populares e divertidas, que apresentar um desafio para as crianças encaram como sendo um jogo.

Referências Bibliográficas

VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes, 1984.
http://www.portaleducacao.com.br/ (acesso em 10/06/2011 ás 14:35)
www.recantodasletras.com.br (acesso em 13/06/2011 ás 17:00)

A criança

A concepção de criança é uma noção historicamente construída e conseqüentemente vem mudando ao longo dos tempos, não se apresentando de forma homogênea nem mesmo no interior de uma mesma sociedade e época. Assim é possível que, por exemplo, em uma mesma cidade existam diferentes maneiras de se considerar as crianças pequenas dependendo da classe social a qual pertencem, do grupo étnico do qual fazem parte. Boa parte das crianças pequenas brasileiras enfrentam um cotidiano bastante adverso que as conduz desde muito cedo a precárias condições de vida e ao trabalho infantil, ao abuso e exploração por parte de adultos. Outras crianças são protegidas de todas as maneiras, recebendo de suas famílias e da sociedade em geral todos os cuidados necessários ao seu desenvolvimento. Essa dualidade revela a contradição e conflito de uma sociedade que não resolveu ainda as grandes desigualdades sociais presentes no cotidiano.
A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. A criança tem na família, biológica ou não, um ponto de referência fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que estabelece com outras instituições sociais.As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nas interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circunda, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que vivem, as relações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos. No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. Nessa perspectiva as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e como o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade mas sim fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação.
Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais. Embora os conhecimentos derivados da psicologia, antropologia, sociologia, medicina etc. possam ser de grande valia para desvelar o universo infantil apontando algumas características comuns de ser das crianças, elas permanecem únicas em suas individualidades e diferenças.

Texto retirado do Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, p. 21 e 22.

Dica de leitura

Educação Infantil – Prioridade Imprescindível (Celso Antunes)


O livro Educação Infantil – Prioridade Imprescindível é uma obra que trata de como desenvolver uma Educação Infantil de qualidade. Fundamenta-se em três idéias que são: esclarecer as novas descobertas sobre a Educação Infantil, enfatizar a importância do ambiente e da estimulação no desenvolvimento infantil, e revelar aos pais e educadores que o bom-agir educativo excede o sincero desejo de amor pela criança.
Segundo o autor Celso Antunes é essencial que as instituições de Educação Infantil, através de seus professores e juntamente com os pais proporcionem às crianças ambientes estimulantes, desafiadores. Também é essencial propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis, desenvolvendo assim, um papel socializador.
Pesquisas sobre a mente humana revelam que é na Educação Infantil, ou seja, na faixa etária de zero a seis anos de idade, que as crianças estruturam sua personalidade. Então a maneira como a criança se desenvolverá futuramente tanto cognitivamente, socialmente, como afetivamente tem haver com a educação transmitida na fase da Educação Infantil.
É na Educação Infantil que o pensamento criativo, a sociabilidade e a arte de fazer, manter e administrar amizades, a consciência essencial do ser e das coisas, as bases do pensamento lógico, a abertura infinita das inteligências, plenitude das capacidades cognitivas, emocionais e motoras, o sentido da independência, o verdadeiro espírito de iniciativa, a sensibilidade para identificar, analisar e resolver problemas, a criação da hipótese, a segurança na expressão de sentimentos e opiniões, o controle do corpo e a imagem positiva de si mesmo que fundamenta a auto-estima são construídas, por isso essa fase é tão relevante na vida das pessoas.
Como diz o autor “A Educação Infantil é tudo” e para que esse tudo se transforme em realidade são necessários pais, professores e instituições bem preparadas, ou seja, pais e professores afetivos e motivadores, preocupados com o desenvolvimento da criança, e instituições estimulantes com recursos diversos, bom planejamento e objetivos pedagógicos, e ambientes que proporcionem segurança às crianças.
Essa obra de Celso Antunes é fascinante e muito importante. É uma leitura de fácil assimilação e voltada para professores, pais que buscam conhecer diferentes idéias relevantes para desenvolver um ensino significativo e prazeroso para as crianças da Educação Infantil.

Pedagogia, Educação Infantil - novos olhares

Segundo a Resolução do Conselho Nacional de Educação, CNE/CP n.1 de 15 de maio de 2006, na qual estabelece as Diretrizes Nacionais para o curso de Graduação e Pedagogia, licenciatura, garante que os profissionais formados em pedagogia poderão atuar em áreas como na Educação infantil, séries iniciais do ensino fundamental, apoio escolar e outros. Exemplo: Pedagogia Social de Rua, Pedagogia Hospitalar.

Há vários questionamentos sobre a atuação do Pedagogo, muitos julgam a sua atuação, apenas como professor, mas sua atuação é muito ampla podendo atuar em várias áreas, fora dos espaços escolares, isso muitas vezes é desconhecido por muitas pessoas, e até pelos próprios profissionais.

O pedagogo social de rua é aquele responsável em resgatar meninos e meninas de rua, que acolhe, da atenção, ensina, e ensina e aponta caminhos e ajuda a pensar em novas possibilidades a essas crianças.

Segundo Graciani (2005, p.194-195)

a Pedagogia Social de Rua é um trabalho, acima de tudo, de conquista e de afeto, que permitirá a permanência dos meninos pelo “desejo” de permanecerem, de serem considerados, de serem ouvidos, de poderem expressar seus anseios e angustias. Esses momentos, profundamente presente no cerne do conflito, são as reais possibilidades de emancipação e engajamento dos meninos(as) de rua ao novo projeto de vida.

O desafio do Pedagogo Social de Rua, não é manter os meninos(as) nas ruas, seu objetivo maior é a educação social, o tratamento dessas crianças que vivem de forma precária nas ruas.

Alguma das áreas, em que o Pedagogo pode atuar é em Hospitais auxiliando na aprendizagem da criança enferma, tentado amenizar o ambiente pesado do hospital. Ainda de acordo com o MEC, o ambiente hospitalar possibilita esse atendimento educacional que as crianças hospitalizadas necessitam, de uma educação especial profissional.

Referencias bibliográficas:

FONTES, Rejane de S. A escuta pedagógica à criança hospitalizada: discutindo o papel da educação no hospital. Revista Brasileira de Educação, n.29, p. 119 – 138, Maio /Jun /Jul /Ago 2005.

http://www.fortium.com.br/faculdadefortium.com.br/lucio_jose/material/social_rua.doc

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A alfabetização na Educação Infantil

Em uma escola de Educação Infantil, muitas coisas são desenvolvidas nas crianças, cito algumas:
- coordenação motora fina e ampla;
- lateralidade;
- esquema corporal;
- socialização e interação com diferentes indivíduos;
- psicomotricidade;
- raciocínio lógico-matemático;
- percepção;
- oralidade;
- noções de espaço, tamanho e tempo.
Várias aprendizagens são propiciadas nesse espaço educativo. Trata-se de um local onde o lúdico é bastante explorado. Os professores quase sempre são guiados pelos princípios de educar e cuidar. Sabem que têm responsabilidade de ensinar as crianças, mas às vezes surgem dúvidas sobre o quê é apropriado ensinar para a faixa etária atendida e o que não é. Algo que nem sempre está claro é se devem ou não alfabetizar na Educação Infantil.
O que se pode observar é que nessa primeira etapa da educação básica, um espaço muito rico é proporcionado. O ambiente com cartazes de letras, os bilhetes enviados aos pais, os nomes das crianças em seus pertences, entre outras coisas, fazem com que os alunos percebam a importância da escrita. Em determinados momentos, eles apresentam grande interesse em ler e escrever algo, mesmo sem dominar o código. O professor precisa estimular essa vontade, porém às vezes não sabe se deve ou não.
O processo de alfabetização inicia-se bem antes da criança escrever letras ou identificá-las. Conforme Stemmer (2010, p. 135), “o desenvolvimento da escrita se dá [...] através do deslocamento do desenho de coisas para o desenho das palavras”. Sendo assim, a escrita acaba sendo muito estimulada nas escolas de Educação Infantil, pois várias atividades desenvolvidas levam, de certa forma, ao aprimoramento dessa linguagem. Acontece que em situações onde esse tipo específico de aprendizagem está mais notório, a maioria dos professores acaba sem saber como agir.
Com base nessa discussão, pode-se perceber que esse assunto causa muitas dúvidas. Sabemos que é impossível privar as crianças da alfabetização, mas não se pode impor o domínio da escrita na Educação Infantil.

Referência bibliográfica
STEMMER, Márcia Regina Goulart S. A Educação Infantil e a alfabetização. IN: ARCE, Alessandra; MARTINS, Lígia Márcia. (Org.). Quem tem medo de ensinar na Educação Infantil? Alínea, 2ª edição. p. 125-145.

domingo, 12 de junho de 2011

Sites destinados ao público infantil

1. JC Kids
http://www2.uol.com.br/JC/sites/kids/home.htm
2. Barbie
http://br.barbie.com/
3. Seninha
http://senna.globo.com/senninha/
4. Zuzubalândia
http://iguinho.ig.com.br/zuzu/
5. EcoKids
http://www2.uol.com.br/ecokids/
6. Kadike
http://www.kadike.com.br/
7. Junior
http://www.junior.te.pt/servlets/Home
8. UOL Crianças
http://criancas.uol.com.br/
9. BugiGangue!
http://www.bugigangue.com.br/bugigangue/html/princ.htm
10. SmartKids
http://www.smartkids.com.br/
11. Discovery Kids
http://www.discoverykidsbrasil.com/
12. Guri
http://www.guri.com/

sábado, 11 de junho de 2011

Entrevista com uma pedagoga

Formação: Pedagogia - Educação Infantil e Séries Iniciais.
1. Você considera importante as crianças frequentarem escolas de Educação Infantil?
Com certeza.
2. Como você vê as crianças que são atendidas na escola em que você trabalha?
Nessa escola aqui elas são muito bem atendidas. Até por causa do projeto Mais Educação. Elas participam de várias atividades que contribuem muito com o crescimento delas. Não só o crescimento intelectual, mas também com a formação delas para a vida. As crianças participam de várias atividades sem pesar na infância, no crescer delas.
3. O que você entende por infância?
Melhor fase da vida. É uma fase em precisa de afeto, de carinho, de atenção e de todo cuidado do mundo.
4. O que te levou a atuar na Educação Infantil?
Vários motivos. Eu comecei a trabalhar em escola há nove anos como servente. Aí eu comecei a observar. Eu sempre digo que a minha pedagogia é a pedagogia dos corredores porque eu aprendi a gostar da Educação e fui parar na Educação por acaso. Eu estava desempregada. Aprendi a gostar da Educação por observar cada detalhe, cada momento, o olhar da criança e a felicidade que ela tem. A criança tem atividade em casa, mas não é a mesma coisa. Dentro da escola ela participa, ela cresce com outras pessoas, claro que com a mãe dela também, mas ela vê o mundo de outra maneira dentro da escola. Não só dentro da sala de aula, lendo e escrevendo. Quando ela está na escola, ela está inserida num outro contexto de vida. Então, eu me apaixonei pela Educação Infantil. Por incrível que pareça, depois de certa idade acabei gostando da Educação, vendo com um outro olhar.
5. Você se sente valorizada trabalhando na Educação Infantil?
Como já disse, eu trabalhei nove anos dentro de escola. Não como professora, mas convivendo com professoras. Eu já trabalhei em outras escolas em turno inverso ao meu trabalho mesmo, que era na escola. Ainda estou em êxtase porque é a primeira escola que eu tenho com regência. Antes eu era ou professora suplente ou era estagiária. É a primeira turma minha na verdade e estou sendo bem valorizada.
6. Quais os desafios impostos ao profissional que trabalha na Educação Infantil?
Eu acho que o principal é falta de limites. As crianças não tem limites, tanto na Educação Infantil, como nas outras áreas. As famílias estão deixando a desejar nesse ponto. Não estão impondo limites e quando as crianças chegam na escola, te testam para ver se podem fazer o que querem. E não é bem assim. Existem regras, existe uma rotina a seguir. Há coisas que não podem acontecer na sala de aula e elas precisam entrar no ritmo da escola. O principal desafio é impor limites, fazer com que saibam o que podem, o que devem e quando devem fazer.
7. Qual o seu papel na escola?
Papel de professora.

Entrevista com uma professora universitária

1. Como você percebe o atendimento que está sendo dado às crianças que frequentam escolas de Educação Infantil?
Acho que o atendimento está muito heterogêneo. Tem escolas que são muito disciplinadoras, reduzindo os espaços de expressão espontânea da criança, querendo que elas aprendam coisas de adulto. Então, tratam a criança como mini adulto e até robotizando. E temos em outro ponto, escolas que estão dando bastante liberdade e até um excesso de liberdade. Onde há, por exemplo... se a criança não quer fazer alguma coisa... "- Ai, a criança não quer, não pode contrariar a criança." Estão deixando até muito solto. A criança em nome de uma liberdade no aprender. Eu vejo que a Educação Infantil hoje se apresenta na sociedade de forma, ainda, muito heterogênea.
2. O que você acha que deve ser priorizado nas práticas dos pedagogos que trabalham com turmas de Educação Infantil?
Priorizado o corpo, as vivências corporais, o movimento. Muito movimento, muito corpo. Esse precisa ser vivido, sentido, respeitado, conhecido. Porque toda a estruturação do conhecimento e a própria abstração que virá depois, ela vem a partir do vivido concretamente. Penso que através do corpo se trabalha limite, raciocínio, pensamento, companheirismo, solidariedade. Tudo isso que devia ser priorizado, sempre pelo corpo.
3. O que você entende por infância?
É uma criação cultural e que num dado momento da história se batizou que seria infância. Na nossa cultura atual, infância seria um tempo de amadurecimento, preparação e despertar do potencial humano. Onde se a gente prestar atenção na criança, a gente vê todo o potencial humano. Seria um período da vida de intensas e enormes quantidades de aprendizagem.
4. Que diferenças você percebe que há entre a sua infância e a de hoje?
Eu tinha muita liberdade, liberdade de espaço. Eu tinha espaço de rua, eu tinha vivências, eu tinha limites. Hoje eu vejo as crianças com muito pouco espaço físico. Algumas bastante confinadas, excessivamente higienizadas, inclusive, com poucos anticorpos. Eu esfolava meu joelho e a minha mãe dizia: "- Daqui uma semana passa." Hoje a criança esfola o joelho, parece que aconteceu o caos. Eu caía, a minha mãe dizia: "- Levanta!" Hoje a criança cai tem dez ou onze para levantar a criança. Eu acho que a infância de hoje está um pouco higienizada demais. "- Não se suja! Não bota na boca! Não faz isso! Não faz aquilo!" E com pouco espaço físico na sociedade. Muito estímulo. Eu não tinha tanto estímulo visual, auditivo. Então, a criança hoje está super estimulada e com uma tecnologia. Eu acho que aprendi a enxergar um pouco mais a sutileza da vida. A sutileza de uma flor, a observar a natureza. Eu acho que essa seria a grande diferença.
5. Você considera importante as crianças frequentarem escolas de Educação Infantil?
Com profissionais bem capacitados, eu acho que é maravilhoso, imprescindível para os tempos modernos.
6. Quais os desafios impostos ao profissinal que trabalha na Educação Infantil?
Acho que o primeiro desafio é entender essa criança super estimulada, por um lado. De alguma forma superprotegida. E essa superproteção, muitas vezes, pela ignorância dos pais, numa determinada classe social, então isso fica visível. E dentro daquela heterogeneidade. Nós temos ainda algumas crianças um pouco jogadas. Então, acho que o profissional que for trabalhar com Educação Infantil, teria que ler a criança e o seu entorno. E independente do entorno, da classe social que ela está, potencializar tudo aquilo que ela tem de humano. Que é ajudar no desenvolvimento da amorosidade, no autoconhecimento, no respeito ao outro. Mas eu acho que ele tem que estar preparado para lidar com realidades diferentes. As crianças não são iguais, são individualidades. E a criança que está nascendo hoje, sei lá como ela vai ser. Ela está tendo um grau de evolução de espécie muito grande, principalmente em termos cognitivos.
7. Você acha que esses profissionais são valorizados?
Acho que eles são pouco valorizados ainda. Acho que eles deveriam ser muito, muito, muito valorizados. E muito cobrados na sua competência técnica. Eu vejo que uma criança que não é bem atendida nos seus anos iniciais pode carregar um problema na vida dela e apresentar problema social por 20, 30 anos. E a criança bem atendida tende a se construir de uma forma, assim, benéfica até para a sociedade. Então, se vê com muita clareza um erro médico. Um erro em Educação colhe-se 15, 20 anos depois. O erro médico a gente vê na hora. E eu não sei o que seria mais importante se me perguntasse: "- O médico ou um educador da Educação Infantil?" Eu acredito que ambos são imprescindíveis e de igual importância. Ambos cuidam da vida.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sugestões de Atividades

Mapeando o EU e observando Nossas Diferenças
Eixos trabalhados:
• Identidade e autonomia.
• Natureza e sociedade.
• Matemática

Conversação:
Diga às crianças que todos somos diferentes uns dos outros, a crianças altas e baixas, que tem os olhos azuis, castanhos, verdes..., que a crianças com o cabelo curto ou comprido, a crianças brancas e negras, crianças que caminham sozinha e acrianças que precisam de ajuda para caminhar, entre outras diferenças.
Diga também que apesar dessas diferenças nos também somos iguais em muitos aspectos, diga às crianças que todas elas têm coisas em comum como: todos possuem dois olhos, um nariz, todos possuem dois pulmões que nos ajudam a respirar, todos possuem um coração que sempre esta batendo, e que nos mantém vivos, entre outras semelhanças que os alunos da sua turma possam ter.

Explicação:
Explique as crianças que para melhor visualizarmos essas diferenças e semelhanças iremos realizar um mapa do nosso corpo.

Materiais:
• Papel pardo, canetinha, giz de cera, lápis de cor, tesoura, durex.

Desenvolvimento:

• Coloque as crianças uma a uma deitada no papel pardo e realize o contorno do corpo da criança.
• Peça às crianças que decorem e enfeite os seus “EUs” de acordo como eles são.
• Recorte e cole na parede de sala de aula.
• A colagem pode ser aleatória o realizando uma sequência por tamanhos.

Após os mapas prontos e colados, podemos explorar com as crianças:
• Quais as semelhanças de cada um?
• Quais as diferenças?
• Que partes do corpo aparecem nos mapas?
• Quais partes do corpo não aparecem no mapa?
• Qual o maior aluno da sala?
• Qual o menor aluno da sala?
• Quantas crianças têm na sala de aula? Quantos mapas nós temos na sala de aula?
• Quantas crianças não vieram na aula e, portanto não tem o seu mapa?

OBS: A professora pode trazer pronto para a sala de aula um mapa de si mesma, para servir de exemplo para as crianças e auxiliar na brincadeira.

Sugestões de Atividades

Construção de um Castelo com Material de Sucata

Eixo trabalhado:
• Artes Visuais

Podemos começar essa atividade com uma pequena conversação.
Diga às crianças que no mundo dos contos de fada existe um lugar onde os príncipes e as princesas moram.
Perguntem as crianças se elas sabem onde é que os príncipes e as princesas moram.
Perguntem se elas gostariam de fazer o castelo onde os príncipes e as princesas moram.

Construção do Castelo
Materiais:
• Rolinhos de papel higiênico, tinta têmpera, cartolina preta ou marrom, durex, caixa de papelão.

Desenvolvimento:
• Pintar com os dedos ou pincéis os rolinhos de papel higiênico.
• Formar torres de diferentes tamanhos colando os rolinhos pintados uns em cima dos outros.
• Colar as torres na caixa de papelão.
• Com a cartolina fazer um círculo e formar o telhado das torres do castelo.

Sugestões de Atividades

É Hora de Mexer o Esqueleto

Eixo trabalhado:

• Movimento

Objetivo: a partir de uma sessão historiada desenvolver a motricidade fina dos alunos.

Conversação inicial:
O que vocês acham de fazermos uma viagem ao mundo dos contos de fadas?
Quem quer ir levanta a mão.
Estabelecer regrinhas que deverão ser cumpridas durante a brincadeira.

Sessão Historiada

Muito bem para embarcarmos nesta viagem teremos de passar por um túnel mágico que nos levará direto para o reino dos contos de fada. (as crianças passam por um túnel de tecido e bambolês – desses de festa de criança – ou pode ser um túnel feito com cadeiras onde as crianças terão que engatinhar por baixo das cadeiras)
Agora que chegamos por onde começaremos, não sei muito bem onde estamos, preciso que vocês me ajudem a achar o castelo encantado. Onde será que ele está? (deixe que as crianças imaginem e indiquem em caminho)
O castelo é grande e muito bonito, não é mesmo (peça a criança para descrever como é o castelo que elas estão vendo, peça a elas que digam quantas torres têm, qual a cor, quem morra nesse castelo...), pena que está muito longe, vocês querem ir até lá mesmo sendo tão longe?
Então vamos, mas temos que alertá-los de que o caminho não será fácil.
Venham todos atrás de mim (a professora vai à frente formando um trenzinho, pare de repente, pedindo silêncio e atenção a todos)
Parem! (abra os braços na frente das crianças, impedindo a sua passagem) Silêncio! Escutem! (coloque uma mão na orelha e finja escutar alguma coisa) Acho que tem alguém cantando aqui por perto. (comece a cantar “Quem tem medo do lobo mau, lobo mau”)
Quem será que está cantando esta música? Olhem só os três porquinhos, e eles estão construindo as suas casinhas?
Vamos ajudar o porquinho que esta construindo a casinha de tijolos, assim o lobo mau não vai poder pegá-lo. (as crianças devem imitar alguém carregando tijolos bem pesados, fingindo fazer muito esforço para conseguir carregá-lo).
Ufa! (dizer passando a mão na testa) Ainda bem que acabamos já estava ficando cansada, estou com muito calor e muita sede. Vocês estão com calor e com sede? (fazer movimentos com a mão, se abanando)
Já sei, que tal se agente fosse até o lago para se refrescar?
Vamos? Então vamos. (correr com as crianças até o lago)
Olhem só que lago lindo, quantos peixinhos coloridos, vamos entrar na água? (todos pulam dentro da água e começam a tremer de frio)
Nossa que frio, como a água esta gelada, acho que teremos que nadar se não vamos congelar aqui. (todos começam a nadar)
Olhem o castelo fica mais próximo do outro lado do lago, temos que nadar até aquelas pedras, e depois poderemos pular até o outro lado. (as crianças fingem nadar até as pedras, depois elas devem subir nas pedras e pular de pedra em pedra até a outra margem do lago)
Oh não! Vejam só isso a ponde para o castelo esta quebrada, o que podemos fazer agora. (cruzar os braços e pensar)
Estamos salvos! Olhem ali é o Aladim e o Gênio, será que eles emprestam o tapete mágico para a gente ir voando? (acenar para o céu chamando o Aladim e o Gênio)
Ainda bem que eles são bonzinhos e vão nos ajudar, agora todos a bordo do tapete. (crianças sentam no chão)
Nossa como tem vento aqui em cima, o tapete fica toda hora balançando, parece até que ele vai cair. (fingir cair para a esquerda e para a direita, para frente e para trás)
Fim da viagem no tapete, todos descendo e agradecendo pela carona. (as crianças de pé agradecem ao Aladim e ao Gênio pela carona)
Agora estamos cada vez mais perto só temos que seguir esse caminho de migalhas.
CAMINHO DE MIGALHAS??? Ué que será que deixou essas migalhas por aqui?
Será que é algum animal? ( incentivar as crianças a adivinharem de quem é a história das migalhas no caminho)
Ah! Bom! Assim fico mais aliviada, já estava começando a ficar com medo.
Vamos em frente então. Esperem! (parar com os braços abertos na frente da crianças, fazendo-as pararem)
Vocês estão sentindo esse cheirinho? (fazer as crianças cheirarem o ar fingindo sentir o cheiro de algo muito saboroso)
Hum parece uma cesta cheia de doces. Que doces será que tem nesta cesta? (peça as crianças para dizer que cheiro elas estão sentindo, o que elas acham que tem dentro da cesta)
Olhem ali. (apontar para a frente) Tem mais alguém seguindo as migalhas, quem será aquela menina de chapéu vermelho? E o que será que ela está fazendo? (deixar as crianças responderem)
Vamos junto com ela até a casa da vovó? Então vamos! (saltitar com as crianças cantando a música “Pela estrada afora eu vou bem contente, levar esses doces para vovozinha. O caminho é longe a estrada é deserta e o lobo mal passeia aqui por perto, mas à tardinha com o sol poente. Com a vovozinha estarei contente.”)
Vejam só pessoal estamos quase chegando, agora é só atravessar por baixo desses arbustos e chegaremos no castelo. (andar acocado)
Nossa o castelo é ainda mais bonito de perto, e como é alto. (olhar para cima inclinando a cabeça para trás)
E vejam, lá estão às princesas tomando chá, vamos tomar chá com elas? (sentar no chão e fingir tomar chá)
Agora que já tomamos chá com as princesas, que tal darmos uma volta de cavalo com os príncipes. (fingir andar a cavalo)
Nossa essa viagem foi maravilhosa, mais acho que já esta na hora de voltarmos para a nossa escola, não é mesmo? Que tal se pedíssemos uma carona com os sete anões pelas minas, assim chegaremos mais rápido ao túnel. (fingir caminhar atrás dos anões, todos em fila, o caminho é estreito, por isso as crianças caminharão de lado, enquanto caminham as crianças podem cantar “Eu vou, eu vou pra escola agora eu vou. Eu vou, eu vou pra escola agora eu vou.”)
Olhem, ali está o túnel que nós levará de volta para a escola. (passar novamente pelo túnel de tecido e bambolê)
Chegamos! Que viagem maravilhosa. (aqui o túnel pode levar as crianças para dentro da sala de aula ou para um lugar onde elas possam sentar em circulo, para realizarem uma pequena conversação que serve também como uma auto-avaliação para a brincadeira que eles acabaram de vivenciar)

Auto – avaliação

• O que vocês acharam dessa viagem?
• Qual a parte que vocês mais gostaram?
• Querem brincar assim de novo, outro dia?
• Todos fizeram direitinho as brincadeira que a professora pediu?
• Teve alguém que não participou? Por quê?
OBS: Antes de iniciar uma atividade de Sessão Historiada é importante, prever o espaço e os materiais que serão utilizados durante a narração.

Sugestões de Atividades

MÃOS NA MASSA

Essa brincadeira gostosa serve para trabalha a coordenação motora fina das crianças e estimula a sua criatividade.

Eixo trabalhado:

• Artes visuais

Confecção de massa de modelar caseira com as crianças.

Misture junto com as um pouco de farinha e água formando assim uma massa parecida com a massa de modelar comum, porém essa massa é ideal para trabalhar com as crianças por dois motivos: primeiro porque muito mais maleável que a massa de modelar comum e segundo por que é uma massa total mente comestível, sem risco a saúde das crianças, desse modo não haverá perigo se alguma das crianças de forma acidental ou até mesmo intencional ingerir a massa de modelar caseira.
Após a massa pronta as crianças, podem formar o que quiserem e conseguirem imaginar com a sua massa de modelar.

Outras receitas de Massa de Modelar
Ingredientes
:
• 4 xícaras de farinha de trigo, 1 xícara de sal, 1 e 1/2 xícara de água, 1 colher de sopa de óleo, Corante alimentício ou gelatina em pó (fica com cor e com cheiro)

Modo de fazer:
Em uma vasilha, misture a farinha, o sal, a água e o óleo. Amasse bem com as mãos até que vire uma massa uniforme. Divida em várias partes e em cada uma coloque o corante ou a gelatina colorida.
Pronto! Está pronta a massinha.

Ingredientes:
• 1 xícara farinha de trigo, ½ xícara sal, ½ xícara água, ¼ xícara vinagre, ¼ xícara guache.

Modo de fazer:

Misture a farinha de trigo com o sal. Aos poucos, vá acrescentando a água e o vinagre. Por último, acrescente a tinta guache. Se preferir, divida a receita ao meio e use duas cores de tinta guache, uma para cada porção de massa. Não se esqueça que ao dividir a receita ao meio, a quantidade de tinta também deve ser proporcional. Amasse tudo muito bem, até obter uma massa lisa.

Depois é só brincar!!!!

Links: http://leiaorotulo.blogspot.com/2008/12/receita-de-massinha-de-modelar-caseira.html Acesso no dia 25/05/2011 às 19h23min
http://www.projetospedagogicosdinamicos.kit.net/index_arquivos/Page806.htm
Acesso no dia 25/05/2011 às 19h27min

Para refletir...

TUDO O QUE HOJE PRECISO REALMENTE SABER, APRENDI NO JARDIM DE INFÂNCIA

Tudo o que hoje preciso realmente saber, sobre como viver, o que fazer e como ser, eu aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava no topo de um curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola de todo dia. Estas são as coisas que aprendi lá:
1. Compartilhe tudo.
2. Jogue dentro das regras.
3. Não bata nos outros.
4. Coloque as coisas de volta onde pegou
5. Arrume a sua bagunça.
6. Não pegue as coisas dos outros.
7. Peça desculpas quando machucar alguém.
8. Lave as mãos antes de comer e reze antes de deitar.
9. Dê descarga.
10. Biscoitos quentinhos e leite fazem bem para você.
11. Respeite o outro.
12. Leve uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco... e desenhe.. e pinte... e cante... e dance... e brinque... e trabalhe um pouco todos os dias.
13. Tire uma soneca às tardes.
14. Quando sair, cuidado com os carros.
15. Dê a mão e fique junto.
16. Repare nas maravilhas da vida.
17. O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco e até mesmo a sementinha no copinho plástico, todos morrem... nós também.

NOTE:
Pegue qualquer um desses itens, coloque-os em termos mais adultos e sofisticados e aplique-os à sua vida familiar, ao seu trabalho, ao seu governo ou ao seu mundo e verá como ele é verdadeiro, claro e firme. Pense como o mundo seria melhor se todos nós, no mundo todo, tivéssemos biscoitos e leite todos os dias por volta das três da tarde e pudéssemos nos deitar com um cobertorzinho para uma soneca. Ou se todos os governos tivessem como regra básica devolver as coisas ao lugar em que elas se encontravam e arrumassem a bagunça ao sair.
Estas são verdades, não importa a idade.
Ao sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos juntos.

(Robert Fulghum)


Disponível em: http://www.pailegal.net/ser-pai/131
Acesso no dia 24/05/2011 às 11h30min

As brincadeiras de faz-de-conta e as histórias infantis

Na faixa etária de dois a três anos, brincadeiras simbólicas como as brincadeiras de faz-de-conta, tem um caráter, individualizado, as crianças tem tendência de isolar-se com um brinquedo qualquer, assim uma caixa de pasta de dentes vira um incrível avião ou um caminhão que é deslocado de um lado para o outro no ar ou no chão e cujos barulhos são feitos pela boca das crianças. Nesse brinquedo ela esta sozinha em seu jogo de faz-de-conta. Quando representa papéis é comum muita correria e também o surgimento de muitos lobos, bruxas, fadas, entre outros personagens, sem que haja a interação das crianças entre si, sem narrativas comuns. As crianças estão juntas, mas separadas, cada qual em seu mundo particular de sonhos.



A criança que brinca investiga e precisa ter uma experiência total que deve ser respeitada. Seu mundo é rico e, em contínua mudança, inclui um intercâmbio permanente entre fantasia e realidade. Se o adulto interfere e interrompe em sua atividade lúdica, pode perturbar o desenvolvimento da experiência decisiva que a criança realiza ao brincar. Não são muitos os brinquedos, de que necessita para essa atividade, pelo contrario, se eles forem em demasia, podem estancar e confundir a criança em suas experiências. (ABERASTURY, 1992, p. 55)



Envolver várias crianças num enredo comum, como brincadeiras de médico, casinha exige uma divisão de papéis que vão aos poucos sendo construídas. Com a proximidade dos três anos ela começa a entender que não são mais o centro, que existe o outro e que este outro não é uma extensão dela própria, mas sim um outro ser com vida própria, independente dela, dos seus desejos e necessidades. Por isso é que observamos na faixa etária de dois anos situações em que uma criança simplesmente pega um brinquedo de outra como se não estivesse ali, é o egocentrismo, e aqui (por volta dos três anos) ela começa a perceber e a entendendo que existe um mundo não só dela, mas de outros seres também.

Hoje, com toda a tecnologia nossas crianças dispõem de inúmeros recursos para ouvir e ver histórias, livros, vídeos que estimulem a criança em sua fala, pois nestas histórias muitos são os falantes. Devemos estimular as narrativas, a fala coloquial, o jogo de faz-de-conta, papai e mamãe, mamãe e filhinha, casinha, médico, super-herói, bruxas, fadas... todos estes estímulos desenvolvem não só a linguagem oral, como a representação dos próprios acontecimentos de suas vidas.



Após os cinco anos o menino se compraz com brincadeiras de conquistas, de mistério, de ação. Pistolas, revólveres, espingardas, roupa de caw-boy, de Batmam, fantasias de bandidos povoam seu brinquedo.

A menina, de outro lado, prefere brinquedo mais tranqüilo; entretém-se com bonecas, prepara comida, serve o chá, finge relações sociais, entra na aprendizagem características femininas com as quais procura identificar-se com a sua mãe. Costuma perdi-lhe roupas e fantasiar-se. (ABERASTURY, 1992, p. 64)



Isso os torna mais atentos e concentrados. Por isso é importante introduzir no dia-a-dia da criança estas brincadeiras proporcionando o espaço adequado, o tempo de duração, roupas para o figurino, sucatas, brinquedos, bijuterias, maquiagens, entre outros.

As histórias narrativas com seus inícios, meio e fim, com o interagir dos personagens, suas falas, atividades, consequência de seus atos mostra para a criança um esquema de organização.

As crianças fazem através de seus jogos simbólicos, surgir ou refletir a sua própria vida em sociedade ou familiar e isso as ajuda a desenvolver um modo de ser, de construir seus valores, de resolver seus conflitos, as histórias ensinam-lhes a lidar com as dificuldades e desigualdades do mundo.

Por isso as histórias, os momentos de faz-de-conta são fundamentais e devem ser garantidos diariamente na rotina das crianças, para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo das mesmas.



Referencia Bibliográfica

ABERASTURY, Arminda. A Criança e seus Jogos. 2ª edição. Porto Alegre – RS. Artmed, 1992.

Profissional de Educação Infantil

O professor de Educação Infantil

Embora não existam informações abrangentes sobre os profissionais que atuam diretamente com as crianças nas creches e pré-escolas do país, vários estudos têm mostrado que muitos destes profissionais ainda não têm formação adequada, recebem remuneração baixa e trabalham sob condições bastante precárias. Se na pré-escola, constata-se, ainda hoje, uma pequena parcela de profissionais considerados leigos, nas creches ainda é significativo o número de profissionais sem formação escolar mínima cuja denominação é variada: berçarista, auxiliar de desenvolvimento infantil, babá, pajem, monitor, recreacionista, etc.
A constatação dessa realidade nacional diversa e desigual, porém, foi acompanhada, nas últimas décadas, de debates a respeito das diversas concepções sobre criança, educação, atendimento institucional e reordenamento legislativo que devem determinar a formação de um novo profissional para responder às demandas atuais de educação da criança de zero a seis anos. As funções deste profissional vêm passando, portanto, por reformulações profundas. O que se esperava dele há algumas décadas não corresponde mais ao que se espera nos dias atuais. Nessa perspectiva, os debates têm indicado a necessidade de uma formação mais abrangente e unificadora para profissionais tanto de creches como de pré-escolas e de uma restruturação dos quadros de carreira que leve em consideração os conhecimentos já acumulados no exercício profissional, como possibilite a atualização profissional.
Em resposta a esse debate, a LDB dispõe, no título VI, art. 62 que: "A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal". Considerando a necessidade de um período de transição que permita incorporar os profissionais cuja escolaridade ainda não é a exigida e buscando proporcionar um tempo para adaptação das redes de ensino, esta mesma Lei dispõe no título IX, art. 87, § 4º que: "até o fim da década da Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço".
Isto significa que as diferentes redes de ensino deverão colocar-se a tarefa de investir de maneira sistemática na capacitação e atualização permanente e em serviço de seus professores (sejam das creches ou pré-escolas), aproveitando as experiências acumuladas daqueles que já vêm trabalhando com crianças há mais tempo e com qualidade. Ao mesmo tempo, deverão criar condições de formação regular de seus profissionais, ampliando-lhes chances de acesso à carreira como professores de educação infantil, função que passa a lhes ser garantida pela LDB, caso cumpridos os pré-requisitos. Nessa perspectiva, faz-se necessário que estes profissionais, nas instituições de educação infantil, tenham ou venham a ter uma formação inicial sólida e consistente acompanhada de adequada e permanente atualização em serviço. Assim, o diálogo no interior da categoria tanto quanto os investimentos na carreira e formação do profissional pelas redes de ensino é hoje um desafio presente, com vistas à profissionalização do docente de educação infantil.
Em consonância com a LDB, este Referencial utiliza a denominação "professor de educação infantil" para designar todos os/as profissionais responsáveis pela educação direta das crianças de zero a seis anos, tenham eles/elas uma formação especializada ou não.

Perfil profissional

O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma competência polivalente. Ser polivalente significa que ao professor cabe trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Este caráter polivalente demanda, por sua vez, uma formação bastante ampla do profissional que deve tornar-se, ele também, um aprendiz, refletindo constantemente sobre sua prática, debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve. São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças a observação, o registro, o planejamento e a avaliação.
A implementação e/ou implantação de uma proposta curricular de qualidade depende, principalmente dos professores que trabalham nas instituições. Por meio de suas ações, que devem ser planejadas e compartilhadas com seus pares e outros profissionais da instituição, pode-se construir projetos educativos de qualidade junto aos familiares e às crianças. A idéia que preside a construção de um projeto educativo é a de que se trata de um processo sempre inacabado, provisório e historicamente contextualizado que demanda reflexão e debates constantes com todas as pessoas envolvidas e interessadas.
Para que os projetos educativos das instituições possam, de fato, representar esse diálogo e debate constante, é preciso ter bons professores que estejam comprometidos com a prática educacional, capazes de responder às demandas familiares e das crianças, assim como às questões específicas relativas aos cuidados e aprendizagens infantis.


Texto retirado do Referencial Curricular para Educação Infantil, p. 39, 40, 41.

Objetivos gerais da Educação Infantil

A prática da educação infantil deve se organizar de modo que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades:
• desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;
• descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar;
• estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua auto estima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;
• estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vistas com os dos demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;
• observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação;
• brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;
• utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
• conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade.
Texto retirado do Referencial Curricular para Educação Infantil, p. 63.

Mais sobre o Referencial Curricular Nacional

O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil, documento importante concebido de maneira a servir de um guia de reflexão de cunho educacional, subdivide-se em três volumes estruturados da seguinte maneira:


Saiba mais sobre esse referencial:



Referencial Curricular Nacional

O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil é um material que tem como objetivo auxiliar os professores na realização de seu trabalho diário com as crianças pequenas. Este documento é fruto das determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que estabeleceu a educação infantil como primeira etapa da educação básica.
O Referencial possui caráter instrumental e didático, pretendendo ser guia de orientação para os professores, contribuindo assim para o planejamento, desenvolvimento e avaliação práticas educativas que considerem o desenvolvimento integral da criança.
"Sua função é contribuir com as politicas e programas de educação infantil, socializando informações, discussões e pesquisas, subsidiando o trabalho educativo de técnicos, professores e demais profissionais da educação infantil e apoiando os sistemas de ensino estaduais e municipais. (Referencial Curricular para Educação Infantil, 1998, p.13)
Ressalta-se que observando a pluralidade e diversidade cultural brasileira e ''...das diversas propostas curriculares de educação infantil existentes, este Referencial é uma proposta aberta, flexível e não obrigatória, que poderá subsidiar os sistemas educacionais que assim o desejarem, na elaboração ou implementação de programas e currículos condizentes com suas realidades e singularidades.'' (Referencial Curricular para Educação Infantil, 1998, p.14)

Referência utilizada - BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasilia: MEC/SEF, 1998

A Educação Infantil

A Educação Infantil é parte integrante da Educação Básica, desde 1996 com a promulgação da Nova LDB (Lei 9394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Constitui-se na primeira etapa da educação básica e tem como objetivos e finalidade o desenvolvimento integral da criança de até seis anos de idade.
Art 29 - A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (Lei 9394/96)
A expansão dessa etapa de ensino no Brasil tem ocorrido de forma crescente, pois acompanha a intensificação da urbanização, a inserção das mulheres no mercado de trabalho e as mudanças na organização das famílias. Além disso, a população está mais consciente em relação à importância das experiências na primeira infância, assim motivando demandas por uma educação de qualidade para crianças de zero a seis anos de idade.
A oferta da educação infantil é um dever do estado e um direito da criança, conforme foi reconhecido na Constituição Federal de 1988 (artigo 208, inciso IV) e no Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, onde se destaca também esse direito da criança a este atendimento.
Já a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, Lei no 9.394, promulgada em dezembro de 1996, estabelece de forma incisiva o vínculo entre o atendimento às crianças de zero a seis anos e a educação.
No título III, Do Direito à Educação e do Dever de Educar, art. 4o, IV, afirma que: "O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de (...) atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade". Tanto as creches para as crianças de zero a três anos como as pré-escolas, para as de quatro a seis anos, são consideradas como instituições de educação infantil. A distinção entre ambas é feita apenas pelo critério de faixa etária.
No título IV, que trata da organização da Educação Nacional, art. 11, V, afirma-se que: "Os Municípios incumbir-se-ão de: (...) oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino".
E reafirma no art. 9o, IV, que: "A União incumbir-se-á de (...) estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil (...) que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum".

Referência utilizada –
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente. Lei 8069/90, de 13 de julho de 1990.
BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1988.